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PolíticaIsrael

Médio Oriente: Israel e Hezbollah intensificam ataques

Lusa | EFE
22 de setembro de 2024

Hezbollah lançou cerca de 150 projéteis contra Israel nas últimas horas. Em resposta, o exército israelita diz ter realizado novos ataques contra o Líbano. Comunidade internacional está preocupada e exige cessar-fogo.

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Ataque do Hezbollah ao território israelita
Exército israelita deu conta que foguetes disparados pelo Hezbollah provocaram incêndios e deixaram feridas pelo menos quatro pessoasFoto: Gil Nechushtan/AP Photo/picture alliance

O exército de Israel anunciou que mais de 100 foguetes foram disparados do Líbano na manhã deste domingo (22.09), obrigando centenas de milhares de residentes a refugiarem-se em abrigos antiaéreos, com as autoridades a ordenarem também o encerramento de escolas no norte do país.

"Cerca de 85 projéteis foram identificados a atravessar território israelita vindos do Líbano" pouco depois das 06:00, e "cerca de 20" durante uma vaga anterior, pouco antes das 05:00, explicou o exército israelita num comunicado à imprensa. 

O exército disse que a salva de foguetes disparados pelo Hezbollah provocou incêndios, com os serviços de emergência a relatar pelo menos quatro pessoas feridas por estilhaços, três delas perto de Haifa, grande cidade no norte de Israel.

O Hezbollah disse, entretanto, que tinha como alvo instalações de produção militar israelitas em resposta ao ataque massivo com 'pagers' e 'walkie-talkies' no Líbano, atribuído a Israel, que deixou 37 mortos e 3.200 feridos.

Em resposta ao fogo do Hezbollah, o exército israelita disse ter realizado novos ataques contra alvos do movimento islâmico no sul do Líbano.

Ainda este domingo, a "Al Jazeera" denunciou que militares israelitas fortemente armados apreenderam e destruíram equipamentos nos seus escritórios em Ramallah, na Cisjordânia, enquanto cumpriam uma ordem para fechar a delegação por 45 dias, de acordo com o editor-chefe da emissora Walid al-Omari.

"Se o Hezbollah não entendeu a mensagem, prometo que a entenderá"

Em declarações, este domingo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que, se o Hezbollah ainda não compreendeu a mensagem de Israel após a escalada de ataques nos últimos dias, o grupo irá "entender" isso mais tarde.

Primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu
Netanyahu: "Se o Hezbollah não entendeu a mensagem, prometo que a entenderá"Foto: Ohad Zwigenberg/AP/picture alliance

"Nos últimos dias, infligimos ao Hezbollah uma sequência de golpes que ele não imaginava", disse Netanyahu em hebraico, numa breve mensagem de vídeo. 

"Se o Hezbollah não entendeu a mensagem, prometo que a entenderá", acrescentou num vídeo divulgado após mais uma noite de intensa troca de foguetes transfronteiriços e do ataque de sexta-feira em Beirute.

"Estamos determinados a garantir que o povo do norte possa regressar a casa em segurança. Nenhum país pode tolerar disparos contra os seus residentes, contra as suas cidades, e nós, o Estado de Israel, não o faremos. Também não o toleraremos", avisou.

Apelos para deixar o Líbano

Face ao intensificar dos ataques entre as partes, Washington instou, na noite deste sábado (21.09), os norte-americanos no Líbano a deixarem o país enquanto as opções comerciais continuam disponíveis.

"Devido à natureza imprevisível do conflito em curso entre o Hezbollah e Israel e às recentes explosões em todo o Líbano, incluindo em Beirute, a embaixada dos EUA insta os cidadãos dos Estados Unidos a deixarem o Líbano enquanto as opções comerciais permanecem disponíveis", anunciou o Departamento de Estado.

Haifa, Israel
Haifa, no norte de Israel, foi alvo dos proejéteis lançados pelo HezbollahFoto: Mati Milstein/Nur Photo/IMAGO

Esta escalada, que suscita receios de uma guerra em grande escala, levou o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, a cancelar a viagem à ONU em Nova Iorque, apelando ao "fim dos terríveis massacres israelitas".

"Catástrofe iminente"

Em declarações, este domingo, a representante da ONU no Líbano alertou para uma "catástrofe iminente" no Médio Oriente.

"Enquanto a região está à beira de uma catástrofe iminente, não podemos dizer o suficiente: Não existe solução militar para tornar nenhum dos lados mais seguro", disse na rede social X a coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert.

Em comunicado, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou que " a União Europeia está extremamente preocupada com a escalada no Líbano após os ataques de sexta-feira em Beirute" e apelou a um "cessar-fogo ao longo da linha azul, tal como em Gaza".

Também os Estados Unidos disseram-se hoje preocupados com a situação, lembrando que ainda há espaço para uma solução diplomática.

"Pensamos que uma escalada deste conflito militar não é do interesse de Israel", disse o porta-voz da Casa Branca John Kirby, reforçando que se mantêm intactas "as possibilidades de uma solução diplomática", para as quais prometem empenhar-se.

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