Nova Democracia quer eleger mais deputados nas próximas eleições em Angola
14 de agosto de 2012
Formada por seis partidos, a Nova Democracia (ND) teve dois deputados eleitos para a Assembleia Nacional Angolana nas últimas eleições, em 2008. Um deles é o seu presidente Quintino Moreira, que agora é o cabeça de lista da coligação, caraterizada pela cor laranja. O candidato, de 48 anos, é jurista e está a frequentar um curso de mestrado numa universidade portuguesa. O segundo deputado é Nzola Pierre Mamona, vice-presidente da ND.
Nesta legislatura, houve várias acusações da restante oposição política angolana de uma eventual colagem ao partido no poder, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola). Acusações que foram sempre negadas pela liderança da coligação que se afirma de ideologia de centro esquerda.
O diretor de campanha da Nova Democracia, Laíz Eduardo, rejeita a proximidade com o MPLA, garantindo que o seu partido “é uma força política com um projeto próprio, com a sua própria identidade, que nada tem, portanto, em comum com o MPLA”.
As acusações de encosto ao partido do Presidente José Eduardo dos Santos “não passam de especulações”, garante Laíz Eduardo, esclarecendo que “aquilo que é dito na opinião [pública] vem mais em função da nossa posição no parlamento”.
Nova Democracia distancia-se do MPLA e também da FNLA
Durante a atual campanha eleitoral, Quintino Moreira, presidente da ND, optou por viajar para o interior e para a periferia urbana de Luanda. A capital de Angola é, aliás, a principal praça eleitoral do país com mais de seis milhões de habitantes.
A mensagem da ND tem sido claramente populista, segundo observadores, centrada em promessas sobre o fim da pobreza e uma melhor distribuição de água e luz. De acordo com o manifesto eleitoral e programa de governação da coligação, caso venha a conseguir constituir governo, todos os jovens, sem distinção, seriam inseridos no mercado de trabalho angolano.
Afirmando-se como “uma força política jovem”, nas palavras do diretor de campanha eleitoral, Laíz Eduardo, a Nova Democracia é constituída por membros que, nos últimos tempos, protagonizaram uma fuga em massa da FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), partido da oposição com assento parlamentar (três deputados eleitos nas eleições de 2008).
Laíz Eduardo, que também saiu da FNLA para integrar a ND, afirma que tanto ele como os seus camaradas “não têm qualquer estratégia de prejudicar a FNLA (…) ou que vá no sentido de destruir” aquele partido que, argumenta, “viveu uma crise de quase 14 anos”.
Para as eleições gerais de 31 de agosto, a Nova Democracia garante estar apta a aumentar o número de deputados na Assembleia Nacional, com 220 assentos.
Autor: Manuel Vieira (Luanda)
Edição: Glória Sousa / António Rocha