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Polícia reprime manifestação a favor de ativistas em Luanda

19 de novembro de 2022

A polícia angolana voltou a reprimir uma marcha pacífica, em Luanda. Desta vez, a manifestação exigia a libertação dos ativistas Luther Campos e Tanaece Neutro. Onze pessoas foram detidas e há dois feridos graves.

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Foto: Borralho Ndomba/DW

A repressão policial deste sábado (19.11) resultou na detenção de mais de uma dezena de jovens e dois feridos graves, segundo o ativista Geraldo Dala, membro da Sociedade Civil Contestatária, uma das associações que promoveu a marcha. 

A brutalidade contra os manifestantes aconteceu por volta das 11h de Angola, período da concentração dos manifestantes no largo do Cemitério da Santana, na capital angolana. 

"Foram detidas onze pessoas e levadas ao comando da polícia no município do Cazenga, onde foram espancados. Mais tarde foram levados ao município de Cacuaco, e soltaram-lhes lá", explica Geraldo Dala à DW África. 

Repressão da polícia

Entre os detidos estavam o secretário-geral da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Alexandre Barros, e o líder do Movimento Revolucionário de Angola (MRA), Adolfo Campos. Geraldo Dala diz que dois manifestantes ficaram gravemente feridos.

Angola Luanda Polizei unterdrückt friedliche Demonstration
Alexandre Barros (esq.), da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), foi um dos detidos na manifestação desta sábadoFoto: privat

A manifestação foi reprimida pelo facto de o Governo Provincial de Luanda não ter autorizado a realização da mesma. 

A marcha pretendia exigir a libertação de Luther Campos e Tanaece Neutro, dois ativista que estão presos desde janeiro. O julgamento de Luther estava agendado para a última segunda-feira, 14 de novembro, mas foi adiado devido à greve dos oficiais de justiça. 

Tanaice Neutro foi condenado, em outubro, à pena suspensa de um ano e três meses, mas voltou para cadeia porque o Ministério Público interpôs recurso. O ativista foi considerado culpado da prática do crime de ultraje contra o Estado, seus símbolos e órgãos.

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Contestação vai continuar

Geraldo Dala diz que apesar das constantes agressões, as manifestações vão continuar até que os chamados presos políticos forem libertados. 

"No nosso ponto de vista, eles são inocentes e estão presos injustamente. Neste momento, já se esgotou todo o processo de prisão preventiva, não há justificação legal para manterem o Luther e o Tanaece presos", defende Dala.

Ainda não há qualquer reação da polícia sobre a ação contra os manifestantes em Luanda.

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