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Rússia e China estreitam laços e refutam acusações dos EUA

rl | com agências
23 de março de 2023

Durante três dias, Rússia e China fortaleceram a cooperação e debateram o plano de paz proposto por Pequim para acabar com o conflito na Ucrânia, recebido com forte ceticismo pelos EUA e outros países ocidentais.

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Foto: SERGEI KARPUKHIN/AFP

O Presidente chinês, Xi Jinping, terminou esta quarta-feira (22.03) a visita a Moscovo, durante a qual se reuniu duas vezes com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

Elogiado por Putin, o plano chinês foi no entanto recebido com forte ceticismo pelos Estados Unidos da América (EUA) e outros países ocidentais. Algo que, aos olhos do Kremlin, já era esperado.

"Não é segredo para ninguém que a reação do Ocidente é pouco amistosa e profundamente hostil em todas as questões [relacionadas com as conversações Rússia-China]. Mas naturalmente, o importante não é a reação do Ocidente, mas o resultado das negociações", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

O Kremlin esclareceu ainda que Putin e Xi Jinping não discutiram o plano de paz do Presidente Volodymyr Zelensky, pois este é um assunto que deve ser discutido pela China e pela Ucrânia.

A visita de Xi Jinping a Moscovo mostra uma Rússia cada vez mais dependente da China, dizem analistas
A visita de Xi Jinping a Moscovo mostra uma Rússia cada vez mais dependente da China, dizem analistasFoto: Sergei Karpukhin/Sputnik/REUTERS

Papel de Peqim "é promover a paz"

Também esta quarta-feira, o porta-voz da diplomacia chinesa rejeitou as acusações de Washington de imparcialidade no conflito. Em declarações à imprensa, Wang Wenbin voltou a frisar que o papel de Peqim "é promover a paz".

"A China não criou a crise na Ucrânia, nem é parte [do conflito] ou forneceu armas a algum dos lados. A China não tem motivos egoístas na questão ucraniana, não tem permanecido de braços cruzados e muito menos mandou achas para a fogueira, tirando partido do conflito", sublinhou.

Aos olhos de alguns analistas, a visita de Xi Jinping a Moscovo mostra uma Rússia cada vez mais dependente da China, tanto a nível económico como político. Por seu lado, os esforços de Pequim em tornar-se "mediador” do conflito espelham uma vontade de "reafirmar a sua influência no panorama internacional".

Uma visão partilhada também pelo deputado alemão do Parlamento Europeu Reinhard Bütikofer: "A mensagem desta visita a Moscovo foi muito além do apoio a Putin na sua guerra na Ucrânia. Xi Jinping e Putin estão a construir uma nova ordem hegemónica onde pretendem dominar globalmente."

Durante a visita do Presidente chinês a Moscovo os dois países assinaram vários documentos que reforçam a cooperação em vários domínios.

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