Balão chinês tinha como destino Havaí e Guam, dizem EUA
16 de fevereiro de 2023A trajetória original do balão chinês supostamente espião abatido pelos Estados Unidos na Costa da Carolina do Sul abrangeria as ilhas de Guam e do Havaí. No entanto, os EUA acreditam que o balão foi desviado do curso por ventos, indo parar sobre Montana, onde estão localizadas bases aéreas de alta sensibilidade e mísseis nucleares em silos subterrâneos.
A informação foi confirmada por um funcionário do governo americano à agência de notícias Reuters nesta quarta-feira (15/02), sob condição de anonimato.
De acordo com o jornal americano Washington Post, as agências militares e de inteligência dos EUA rastreavam o balão desde que ele havia sido lançado da Ilha de Hainan, na costa sul da China.
Inicialmente, o balão fez uma trajetória que parecia levá-lo a Guam, onde estão localizadas várias bases militares dos EUA. Mas, repentinamente, tomou um curso para o norte e, mais tarde, sobrevoou as Ilhas Aleutas, no Alasca. Depois, flutuou sobre o Canadá, de onde parece ter sido soprado em direção ao continente americano por fortes ventos.
Por fim, ele foi abatido, em 4 de fevereiro, na costa da Carolina do Sul, por um caça americano, aumentando a tensão entre Washington e Pequim. A China admitiu ser a dona do balão, mas disse que era um equipamento civil de pesquisa, sobretudo meteorológica, que se desviou do curso por "força maior". O incidente levou ao cancelamento da viagem do secretário de Estado americano, Antony Blinken, faria a Pequim.
Após o balão chinês, outros três objetos voadores não identificados (ovnis) foram abatidos nos céus dos EUA e do Canadá. Além disso, Washigton reportou que detectou um balão chinês sobre a América Latina.
De acordo com o governo americano, o balão abatido nos EUA "possuía múltiplas antenas para cobrir um raio capaz de coletar e geolocalizar comunicações" e seria parte de um amplo programa de espionagem que atingiria mais de 40 países.
Balão americano sobre a China
Também nesta quarta-feira, a China acusou os EUA, sem apresentar provas, de terem usado balões de alta altitude sobre a cidade chinesa de Xinjiang e a região autônoma do Tibete – em ambas as áreas, a China é acusada de fortes violações dos direitos humanos contra a população da etnia Han.
Pequim afirmou que balões americanos sobrevoam o seu espaço aéreo sem autorização desde maio de 2022. A Casa Branca não contestou.
De acordo com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, o balão teria feito ao menos 10 voos sem autorização da China.
Ucrânia abate balões russos
Em mais um episódio envolvendo balões, as defesas antiaéreas da Ucrânia detectaram, também na quarta-feira, seis "objetos inimigos" no espaço aéreo de Kiev, a maioria dos quais foram abatidos, segundo informou a Administração Militar.
"De acordo com informações que estão sendo esclarecidas, tratava-se de balões movidos pela força do vento", afirmou a instituição em seu canal no Telegram.
Os balões poderiam estar equipados com holofotes ou equipamentos de vigilância, disseram as autoridades de Kiev, que conjecturam que o objetivo de seu lançamento pode ser coletar informações sobre as defesas antiaéreas ucranianas, além de "esgotá-las".
O tipo e as características exatas dos objetos poderão ser determinados assim que a análise dos destroços for concluída, destacou a Administração Militar de Kiev.
le (DPA, Reuters, EFE, ots)