Enfoque da mídia
4 de setembro de 2007Anúncio
Concomitantemente à visita surpresa do presidente norte-americano Geroge W. Bush ao Iraque, os britânicos retiraram suas tropas de Basra. Tais fatos foram retratados nas manchetes dos jornais alemães que analisam a situação no país.
O jornal Hamburger Abendblatt analisa a visita de Bush e a saída das tropas do Reino Unido: "O contingente britânico foi reduzido à metade de sua força inicial, com previsão de novas retiradas. Como protetores dos xiitas iraquianos, alegres agora com a saída britânica, os iranianos consideram o fato como uma vitória animadora. Para evitar o desastre na mídia e levantar a moral da tropa, George W. Bush se dirigiu, apressadamente, à frente iraquiana. Se esta guerra fracassar, sofrerá não somente a reputação dos republicanos, mas também de todos os EUA".
Para o Frankfurter Allgemeine Zeitung, "A saída das tropas pode ter sido planejada e organizada, mas suas circunstâncias não se parecem com uma história de sucesso – aconteceu durante a noite, enquanto havia proibição de sair à rua. Tal situação faz com que a partida das tropas se pareça mais com uma retirada, se não com uma derrota".
O Tageszeitung (taz) berlinense também vê o Irã como grande vencedor da retirada britânica: "O aparato iraquiano, a quem os britânicos transmitem a responsabilidade pela administração e segurança, transformou-se há muito em playground de milícias. Eles ocupam agora as posições iniciais no preenchimento do vácuo deixado. Com todas essas milícias xiitas, cresce também a influência iraniana na região. O grande erro de não haver incluído Teerã em uma solução política para o Iraque ficará, agora, mais evidente. Os iranianos aceitarão com prazer o presente de Basra (...) Os norte-americanos estão "pouco animados" com o fato de seus parceiros britânicos retirarem, paulatinamente, suas tropas do Iraque, justamente em tempos de ofensiva e fortalecimento das tropas norte-americanas".
O diário berlinense Tagesspiegel comenta a visita do presidente Bush à base norte-americana: "Bush não está realmente no Iraque. A visita se restringiu a uma parada intermediária de poucas horas na província de Anbar, a caminho da cúpula da Apec [Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico]. Ele não se afastou do aeroporto maciçamente vigiado no oeste do Iraque. Isso seria muito arriscado".
O Rheinische Post comenta: "O Reino Unido evacuou a cidade portuária de Basra, no sul do Iraque. Não se trata de uma retirada de britânicos humilhados do Iraque, pois os 500 soldados foram transferidos para uma base aérea. No total, há 5,5 mil soldados britânicos no país. Somente no final do ano, Londres pretende retirar algumas centenas. O perigo da situação, tanto para o Reino Unido como para os EUA, é o fato de cada redução de tropas ser usada como forma de propaganda por rebeldes e terroristas, como se ela tivesse sido imposta por estes. Uma retirada de tropas só se justifica se o exército iraquiano puder garantir a segurança no país, o que até agora não foi o caso. A visita surpresa de Bush ao Iraque pode ser lida como sinal de força. Mas não lhe resta muito tempo para reverter o fiasco iraquiano com uma nova estratégia. Hoje, uma coisa é certa: a influência xiita iraniana na região se fortaleceu com a guerra".
O jornal Hamburger Abendblatt analisa a visita de Bush e a saída das tropas do Reino Unido: "O contingente britânico foi reduzido à metade de sua força inicial, com previsão de novas retiradas. Como protetores dos xiitas iraquianos, alegres agora com a saída britânica, os iranianos consideram o fato como uma vitória animadora. Para evitar o desastre na mídia e levantar a moral da tropa, George W. Bush se dirigiu, apressadamente, à frente iraquiana. Se esta guerra fracassar, sofrerá não somente a reputação dos republicanos, mas também de todos os EUA".
Para o Frankfurter Allgemeine Zeitung, "A saída das tropas pode ter sido planejada e organizada, mas suas circunstâncias não se parecem com uma história de sucesso – aconteceu durante a noite, enquanto havia proibição de sair à rua. Tal situação faz com que a partida das tropas se pareça mais com uma retirada, se não com uma derrota".
O Tageszeitung (taz) berlinense também vê o Irã como grande vencedor da retirada britânica: "O aparato iraquiano, a quem os britânicos transmitem a responsabilidade pela administração e segurança, transformou-se há muito em playground de milícias. Eles ocupam agora as posições iniciais no preenchimento do vácuo deixado. Com todas essas milícias xiitas, cresce também a influência iraniana na região. O grande erro de não haver incluído Teerã em uma solução política para o Iraque ficará, agora, mais evidente. Os iranianos aceitarão com prazer o presente de Basra (...) Os norte-americanos estão "pouco animados" com o fato de seus parceiros britânicos retirarem, paulatinamente, suas tropas do Iraque, justamente em tempos de ofensiva e fortalecimento das tropas norte-americanas".
O diário berlinense Tagesspiegel comenta a visita do presidente Bush à base norte-americana: "Bush não está realmente no Iraque. A visita se restringiu a uma parada intermediária de poucas horas na província de Anbar, a caminho da cúpula da Apec [Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico]. Ele não se afastou do aeroporto maciçamente vigiado no oeste do Iraque. Isso seria muito arriscado".
O Rheinische Post comenta: "O Reino Unido evacuou a cidade portuária de Basra, no sul do Iraque. Não se trata de uma retirada de britânicos humilhados do Iraque, pois os 500 soldados foram transferidos para uma base aérea. No total, há 5,5 mil soldados britânicos no país. Somente no final do ano, Londres pretende retirar algumas centenas. O perigo da situação, tanto para o Reino Unido como para os EUA, é o fato de cada redução de tropas ser usada como forma de propaganda por rebeldes e terroristas, como se ela tivesse sido imposta por estes. Uma retirada de tropas só se justifica se o exército iraquiano puder garantir a segurança no país, o que até agora não foi o caso. A visita surpresa de Bush ao Iraque pode ser lida como sinal de força. Mas não lhe resta muito tempo para reverter o fiasco iraquiano com uma nova estratégia. Hoje, uma coisa é certa: a influência xiita iraniana na região se fortaleceu com a guerra".
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