Sistema antitsunami
11 de novembro de 2008Os indonésios já podem se proteger melhor contra catástrofes ambientais. Nesta terça-feira (11/11) entrou oficialmente em funcionamento o sistema de alertas de tsunamis em Jacarta, capital da Indonésia. Com tecnologia alemã, o German Indonesian Tsunami Early-Warning System (Gitews) já está em operação, mas precisará, ainda, de dois anos de ajustes. O prazo para a entrega do sistema pronto é 2010.
Quase quatro anos após a tragédia que vitimou mais de 230 mil pessoas em vários países asiáticos banhados pelo Oceano Índico, a parceria entre cientistas da Alemanha e da Indonésia será decisiva para a proteção das populações costeiras. Elas poderão ser avisadas em até cinco minutos sobre a ameaça de ocorrência de um tsunami.
O vice-ministro alemão da Educação e Ciência, Thomas Rachel, que participou da inauguração do sistema, ressaltou o grande engajamento de todos os integrantes do projeto iniciado em novembro de 2005. O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, ressaltou que "esta é uma contribuição decisiva para a prevenção de catástrofes".
O Ministério alemão da Educação e Ciência já investiu 45 milhões de euros no projeto, que tem também a participação da Unesco. Peças vieram do Japão, da China, dos Estados Unidos e da França. O custo total é de 100 milhões de euros. O sistema foi construído pelo Centro Alemão de Pesquisas de Geociências (GFZ), em Potsdam.
Problemas em alto-mar
Bóias conectadas com sensores instalados no fundo do mar funcionam como a parte central de todo o sistema de prevenção de tsunamis. Os sensores percebem alterações na pressão da água e as transmitem às bóias, que por sua vez repassam as informações via satélite para uma central em terra.
"Quando uma onda tsunami passa pelo sensor, a pressão se altera, e isso pode ser medido com precisão", disse o diretor do projeto, o geofísico alemão Jörn Lauterjung.
De acordo com a diretora-geral do Instituto Geofísico e coordenadora do novo Centro de Alerta de Tsunami em Jacarta, Sri Woro Harijono, as bóias podem medir a altura das ondas gigantes. "Precisamos destas medições, mas temos poucas bóias em funcionamento", lembrou.
E esse é o começo do problema: apesar de todo o esforço, cientistas alertam para dificuldades com as bóias na costa de Sumatra e Java – a maioria apresenta defeitos ou desapareceu.
Segundo a engenheira indonésia Wayan Wira Yogantara, as bóias são levadas por redes de navios pesqueiros. "Essa região é a principal área de pesca do atum", explicou.
Outro problema é o custo de cada unidade. "São 200 mil euros por bóia largada em alto-mar," ressaltou. Até 2010, o governo indonésio pretende instalar 23 bóias. O sistema foi inaugurado com sete bóias. O governo alemão já assegurou uma verba de 6 milhões de euros para os próximos dois anos. (rsr)