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Partido Verde mantém favoritismo para suceder Merkel

8 de maio de 2021

Pesquisa sugere consolidação da preferência do eleitorado pelo partido de Annalena Baerbock. Vacinação contra covid-19 é apoiada por 75% dos alemães, mas seis em cada dez desaprovam políticas de combate à pandemia.

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Segundo pesquisa, candidata do Partido Verde, Annalena Baerbock, venceria também no voto direto
Segundo a pesquisa, candidata do Partido Verde, Annalena Baerbock, venceria também no voto diretoFoto: Christian Thiel/imago Images

Uma pesquisa de opinião divulgada nesta sexta-feira (07/05) confirma a tendência registrada nas semanas anteriores e coloca o Partido Verde à frente das legendas governistas na preferência dos eleitores, visando as eleições de 23 de setembro.

Estas serão as primeiras eleições em mais de 15 anos sem a chanceler federal Angela Merkel, que está próxima de encerrar seu quarto mandato à frente do governo da Alemanha.

A pesquisa Deutschlandtrend sugere que as legendas que compõem a chamada Grande Coalizão, formada pela União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel, e pelo Partido Social-Democrata (SPD), não têm mais o apoio da maioria dos votantes.

Os verdes tem 26% da preferência dos eleitores (aumento de 4% em relação à pesquisa anterior), enquanto a popularidade da CDU e sua legenda coirmã na Baviera, a União Social Cristã (CSU), caiu para 23% (queda de 4%). O SPD é o preferido de 14% dos entrevistados (-1%).

Entre os demais partidos, a legenda populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) aparece como a quarta força política do país, com 12% das intenções de voto, seguida do Partido Liberal Democrático (FDP), com 11%, e do A Esquerda (6%).

Verdes venceriam também no voto direto

A preferência dos eleitores pelos partidos parece refletir a escolha dos nomes indicados pelas maiores legendas alemãs. Se os alemães pudessem votar diretamente nos candidatos que concorrem à sucessão de Merkel, 28% escolheriam Annalela Baerbock, do Partido Verde.

O democrata-cristão Armin Laschet seria escolhido por 21%, sendo que apenas metade dos eleitores da CDU/CSU disseram que votariam nele. O candidato do SPD, o vice-chanceler e ministro das Finanças, Olaf Scholz, também receberia 21% dos votos.

A eleição do chanceler federal alemão é indireta e realizada pelo Bundestag (Parlamento). Com a indicação de um nome antes do início da campanha, os partidos deixam claro para os eleitores quem eles indicarão para a eleição indireta no Bundestag caso venham a liderar uma coalizão de governo.

Entre os três principais candidatos, Baerbock é vista como a mais simpática (44%), à frente de Scholz (18%) e Laschet (17%). Além disso, seu trabalho na política recebeu a aprovação de 41% dos entrevistados.

O social-democrata foi considerado como o mais apto para liderar por 31% dos entrevistados, contra 23% que escolheram Laschet e 20% que optaram por Baerbock. 

A candidatura de Laschet parece ter dificuldades para decolar. Sua popularidade está estagnada desde que recebeu a indicação do partido, no dia 19 de março. Seus números estão bem abaixo dos 32,9% de apoio que a CDU/CSU angariou nas eleições de 2017.

Merkel, depois de quase 16 anos à frente do governo, ainda é, de longe, a política mais popular da Alemanha.

Críticas à gestão da pandemia e apoio à vacinação

A pandemia de covid-19 é o tema prioritário para os eleitores alemães, em meio à terceira onda da doença, que vem apresentando sinais de alívio nos últimos dias.

Em 2020, a reação do governo ao coronavírus tinha grande apoio dos eleitores, mas esse quadro mudou um ano mais tarde, com o aumento do descontentamento em relação à gestão da crise pelo governo e em razão dos atrasos no início da vacinação.

Segundo a pesquisa, seis em cada dez alemães estão descontentes, enquanto um terço da população se diz satisfeita com a atuação do governo. Os mais críticos sãos os eleitores da AfD, com 91% de rejeição. A legenda populista adotou uma plataforma contrária às medidas de restrição, como o distanciamento social e a imposição de lockdowns.

As medidas para conter as transmissões da doença são consideradas apropriadas por 40% dos alemães, enquanto 26% avaliam que elas deveriam ser mais rígidas. Para 30% dos entrevistados, as restrições são excessivas.

A sondagem registrou um aumentou do apoio à vacinação. Em fevereiro, 60% das pessoas estavam dispostas a se vacinarem. Atualmente, esse percentual é de 75%, aumentando de acordo com a idade.

A Deutschlandtrend, realizada pelo instituto Infratest-Dimap entre 3 e 5 de maio, entrevistou 1.351 pessoas em toda a Alemanha.

rc (DW, OTS)